A CVM pediu clareza ao Mercado Bitcoin sobre o tema das criptomoedas de renda fixa

A CVM pediu clareza ao Mercado Bitcoin sobre o tema das criptomoedas de renda fixa

A corretora alega que não vende security tokens e que se comunicou com as autoridades locais relevantes antes de iniciar as atividades comerciais em 2020.

Em relação à oferta de tokens de renda fixa, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fez um questionamento à corretora Mercado Bitcoin nesta terça-feira (27), solicitando esclarecimentos.

Tokens de renda fixa, também conhecidos como criptos de renda fixa, são ativos que são emitidos em blockchain e são apoiados por investimentos que normalmente são vendidos nos mercados financeiros tradicionais. Esses tokens às vezes são chamados de criptos com renda fixa. Eles foram bem-sucedidos em atrair clientes, disponibilizando itens que normalmente são oferecidos apenas a investidores qualificados para compra no varejo. Esses produtos podem estar vinculados a recebíveis, ordens judiciais, consórcios ou até mesmo contratos de energia.

Além de fornecer uma lista de investidores que adquiriram criptos no período em questão, a bolsa de criptomoedas, que é membro do grupo 2TM, deverá informar à CVM o valor total arrecadado por meio desses investimentos desde janeiro de 2020. Adicionalmente, a autarquia solicitou esclarecimentos à sociedade sobre as suas intenções quanto à disponibilização de ativos para venda na plataforma.

De acordo com um aviso publicado pelo Mercado Bitcoin, a empresa não se envolve em “uma venda pública de títulos além dos limites das autorizações que temos como plataforma aprovada de crowdfunding e gestão de investimentos”.

“Em relação aos chamados non-security tokens (tokens que não representam valores mobiliários), tomamos os devidos cuidados para não infringir o campo de atuação das entidades autorizadas, inclusive, consultando o regulador sobre a estrutura que deve ser usada para tais tokens, antes do início de nossas operações em 2020”.

Foi noticiado na tarde de ontem que a CVM pretende emitir parecer recomendando que as empresas procurem a agência antes de emitir quaisquer tokens que possam ser considerados valores mobiliários. Esta recomendação estaria em linha com a posição tomada pela Securities and Exchange Commission (SEC), que é o equivalente da CVM dos EUA.

A SEC sustentou, a partir de 2019, que “mesmo que o registro não seja necessário, as operações envolvendo ativos digitais que são valores mobiliários podem estar sujeitas à jurisdição e controle da Comissão”, apesar de o registro não ser necessário.

A linguagem também fornecerá critérios mais claros para determinar se os ativos digitais têm qualidades que os aproximam ou afastam da ideia de segurança, segundo fonte a par do parecer da CVM. As observações que foram feitas no passado pela autocracia sobre o tema dos chamados security tokens, que são ativos digitais com características de valores mobiliários, devem ser consolidadas no texto pela CVM.

Em carta, a entidade reafirmou que o parecer conterá “orientações genéricas sobre o assunto”, mas deixou claro que “não é, pelo menos por enquanto, uma regra, já que atualmente não há exigência legislativa”. De acordo com o comunicado, “o jornal terá um caráter de sugestão e orientação para o mercado”, e enfatizou este ponto.