O Brasil não só tem uma oferta abundante de milho, mas também um exigente mercado mundial, o que lhe permite preencher o vazio que a Ucrânia criou.
De acordo com dados divulgados pelo governo brasileiro nesta quinta-feira, as exportações de milho do país para o mês de agosto foram de 7,55 milhões de toneladas, o que representa um novo recorde mensal e um aumento acima do recorde anterior de 7,32 milhões de toneladas, que foi alcançado em agosto de 2019.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), esse número ainda é 74 % superior ao volume de milho embarcado no oitavo mês de 2021. O Brasil não só tem uma oferta abundante, mas também um exigente mercado mundial, o que lhe permite preencher o vazio que a Ucrânia deixou para trás.
A quantidade acumulada de embarques de cereais realizados até a terceira semana de agosto já havia superado o total de 4,3 milhões que o país exportou no mês de agosto do ano anterior, e o bom ritmo de vendas de cereais para compradores internacionais indicou que um novo recorde pode ser possível.
Embora a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) tenha previsto uma alta histórica para as vendas internacionais de milho, eles retraíram sua previsão, citando a possibilidade de que as más condições climáticas possam prejudicar as operações portuárias.
A segunda safra de milho no Brasil, que começou em 2021/22 e está quase concluída, produziu uma quantidade recorde de grãos atualmente disponíveis para transporte e com oferta abundante.
De acordo com dados da Secex, as exportações de carne bovina in natura também atingiram nova alta mensal em agosto, totalizando 203,23 mil toneladas, um aumento em relação às 181,6 mil toneladas enviadas ao exterior no ano anterior.
O mercado internacional vive atualmente um momento de demanda adequada, impulsionada principalmente pelos Estados Unidos e China. Isso está criando um ambiente favorável para a indústria nacional frigorífica.
O governo foi informado de que os embarques de açúcar ultrapassaram 3 milhões de toneladas, o maior patamar desde julho de 2000. Essa conquista também foi um dos destaques do mês anterior.
Em contraste com o ano anterior, as vendas internacionais do adoçante aumentaram 19,2% e as usinas começaram a aumentar sua produção do adoçante. Isso foi estimulado pela queda dos preços dos combustíveis, que tem efeito sobre o etanol, bem como pela melhoria dos rendimentos em safras posteriores.