A empresa já oferece empréstimos lastreados em criptomoedas e agora traçou um plano para construir um tripé composto por investimentos e contas digitais.
As instituições financeiras tradicionais estão começando a explorar o reino das criptomoedas, mas as fintechs são as que estão ultrapassando os limites do que é possível em termos de inovação técnica no setor financeiro. A ilustração mais recente dessa tendência é fornecida pela Rispar, uma startup sediada em São Paulo que pretende ser o primeiro banco digital do país a oferecer aos consumidores crédito mais acessível e garantido com Bitcoin (BTC).
No Brasil, a oferta de crédito na forma de bitcoin não é um desenvolvimento recente. A Rispar presta o serviço aos seus clientes há cerca de um ano. Quem possui a criptomoeda pode fazer o depósito em uma carteira da empresa pela internet, e no dia seguinte é creditado com o mesmo valor em reais em sua conta. Apesar de a empresa existir há pouco tempo, já conquistou oito mil clientes e R$ 25 milhões em BTC garantidos. Este termo refere-se ao BTC que os consumidores depositaram para garantir empréstimos.
O plano agora é dar o próximo passo e atuar no tripé crédito, investimento e conta digital, usando o Bitcoin como base para conceder um limite imediato, sem construir score ou consultar bureaus de crédito como Serasa e SPC. Em outras palavras, o plano é dar o próximo passo e atuar no tripé crédito, investimento e conta digital.
Quando um consumidor transfere Bitcoin para nossa plataforma, ele recebe um limite de crédito relacionado à sua conta digital, semelhante a um cheque especial. “Você pode usar o crédito para cartão de débito, para parcelar, como achar melhor”, acrescenta Rafael Izidoro, CEO da Rispar, que lembra que o crédito é concedido até o limite de 50 % do valor de mercado do Bitcoin depositado. “Você pode usar o crédito para cartão de débito, para parcelar como achar melhor”.
Izidoro afirma que o mercado de baixa atual para criptomoedas não é um problema porque torna a solução teoricamente mais atraente para o investidor que comprou Bitcoin a um preço mais alto e não quer vendê-lo agora. O argumento de Izidoro baseia-se no fato de que esse investidor preferiria manter seu Bitcoin em vez de vendê-lo enquanto o preço estiver mais baixo. Em vez de aceitar a perda, ele pode fazer um depósito de BTC na conta digital para levantar capital a uma taxa de juros menor. Esse dinheiro pode então ser usado para qualquer finalidade que ele entender, seja para despesas do dia-a-dia ou para comprar outras criptomoedas.
O mercado de crédito Bitcoin é atualmente muito pequeno em comparação com o que é conhecido como troca de criptomoedas. Esse tipo de empresa normalmente produz mais financiamento do mercado, junto com a mineração, porque é capaz de atrair o interesse do investidor que observa o preço de uma criptomoeda aumentar da noite para o dia e quer aproveitar a onda para obter lucro rápido.
A Rispar, por outro lado, segue adiante com a estratégia de que a expansão do segmento de crédito é apenas uma questão de tempo e de amadurecimento do mercado. “Faço um paralelo com a XP, por exemplo, que começou lá atrás com investimentos e, com o tempo, construiu outros bens, como conta digital e cartão. “[O mercado de crédito Bitcoin] ainda não está tão estabelecido que surjam inúmeras empresas; mas, quando esse momento acontece, já estamos bem posicionados”, observa o CEO da empresa.
A Rispar, que é regida pelo Banco Central, usará uma contribuição não divulgada da Buena Vista Capital para alavancar o novo projeto. O novo projeto inicialmente oferecerá crédito apenas na forma de Bitcoin, mas pode ser expandido posteriormente para incluir crédito na forma de outras criptomoedas como Ethereum (ETH) e Solana (SOL). Final de junho ou início de julho é quando ocorrerá o teste da conta digital, e o lançamento geral do produto está previsto para a segunda metade deste ano.