Pesquisador do IBGE afirma que o ritmo acelerado da transformação digital foi o principal fator para o crescimento do setor de serviços.
Segundo Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desempenho positivo do setor de serviços no país foi impulsionado pelos segmentos de tecnologia da informação e transporte de cargas, conforme evidenciado pela divulgação de que o volume cresceu 0,9% em setembro.
Segundo o pesquisador do IBGE, o “processo acelerado de transformação digital” que ocorreu na economia do Brasil e do resto do mundo durante a fase mais grave da pandemia foi o principal fator que impulsionou o crescimento do serviço. O setor de tecnologia da informação, que se expandiu concomitantemente ao chamado “boom do comércio eletrônico”, foi beneficiado pela tendência. Adicionalmente, o aumento das vendas online impulsionou o transporte de mercadorias no país, que estava em maior demanda de alguns subsetores industriais, bem como do setor agrícola.
Em setembro deste ano, o setor de tecnologia da informação teve desempenho recorde, enquanto o setor de transporte de cargas ficou apenas 0,5% atrás do ponto mais alto de sua série histórica, que foi definida em agosto deste ano.
De acordo com Lobo, “Estes são os dois segmentos que registaram ganhos nos três anos anteriores, levando esta qualidade de serviços ao nível que se encontra hoje”. Não é verdade que a restauração dos serviços presenciais tenha desempenhado algum papel na elevação desses serviços ao nível em que estão agora.
Após um aumento no volume de serviços prestados em setembro em relação ao mês anterior de agosto, o setor de serviços passou a operar em patamar 11,8 % superior ao de fevereiro de 2020, antes do aprofundamento da crise sanitária no país. O nível em que os serviços de transporte começaram a operar foi 21,8% superior ao nível anterior ao evento de contaminação, enquanto os serviços de informação e comunicação foram 16,9% superiores. Outros serviços tiveram um aumento de 4,2% na receita em relação aos níveis pré-pandemia, enquanto os serviços profissionais e administrativos tiveram um aumento de 6,2% na receita. Mesmo descontando a inflação, os serviços oferecidos às famílias foram 3,9% menores.
“Nos últimos sete meses, houve um aumento no número de serviços oferecidos às famílias”. No entanto, como apontou Lobo, “isso não é suficiente para trazer a atividade ao nível em que estava antes de se tornar pandemia. Os serviços oferecidos às empresas foram os responsáveis pelo crescimento do setor de serviços nos últimos três anos”.