Investidores estrangeiros no mercado acionário brasileiro tem um efeito positivo na economia do país

Investidores estrangeiros no mercado acionário brasileiro tem um efeito positivo na economia do país

O investidor estrangeiro colocou R$ 11 bilhões na B3 em apenas 15 dias.

Nos primeiros dias de agosto, houve uma mudança após abril e maio com saída de R$ 13,8 bilhões da Bolsa de Valores e junho e julho com a entrada de R$ 2,3 bilhões.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, teve alta de 10% no mês graças aos R$ 11 bilhões em recursos de investidores estrangeiros que foram depositados na B3 em apenas 15 dias.

Investidores estrangeiros foram atraídos para o Brasil como um porto seguro devido a uma combinação de fatores, incluindo previsões revisadas para a desaceleração econômica global (que pode ser menos severa do que o previsto anteriormente) e um ambiente político e econômico pior em outros países em ascensão.

Nos últimos 20 dias, economistas e especialistas aumentaram a aposta de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não precisará aumentar os juros de forma tão agressiva para conter a inflação, segundo o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Como resultado, os investidores estão menos preocupados com uma recessão nos EUA e mais dispostos a arriscar em economias em desenvolvimento como o Brasil.

Campos Neto argumenta que o Federal Reserve pode não precisar aumentar ainda mais as taxas de juros em 2019 e que a atual taxa de 3,5 % pode ser adequada. Ele também lembrou os baixos preços dos ativos brasileiros, que ele acreditava que interessariam aos compradores internacionais.

Os resultados das corporações no segundo trimestre, tanto no Brasil quanto no exterior, são citados como exemplo por Jennie Li, estrategista de ações da XP. Cerca de 70% dos negócios do S&P 500 reportaram ganhos superiores às estimativas do mercado. Além disso, informações preliminares do Brasil sugerem que 70% dos negócios apresentarão desempenho operacional mais forte do que o previsto pelos especialistas em XP.

O cenário político e econômico das nações que competem com o Brasil por investimentos, segundo Tiago Cunha, gerente de renda variável da ACE Capital, apoia a bolsa brasileira. Talvez nossa condição seja um pouco melhor do que a de outras nações em desenvolvimento, como Rússia, Chile ou Colômbia. Disposições potencialmente restritivas na nova constituição do Chile podem desencorajar o investimento no exterior. Ainda há dúvidas sobre as políticas econômicas do novo presidente colombiano Gustavo Petro, e um conflito eclodiu na Rússia.

No entanto, especialistas alertam que é impossível saber com certeza se essa tendência vai persistir. O colaborador da Tendências, Campos Neto, expressa preocupação de que os compradores estrangeiros estejam simplesmente lucrando com uma tendência. “Mesmo que o Brasil tenha uma eleição turbulenta”, observa. Não sabemos se é uma aposta de curto prazo ou de mais longo prazo no resultado da eleição; de qualquer forma, é improvável que os americanos deixem as coisas saírem do controle.